24/05/2008

Post esquecido 1

Semana passada eu comecei a escrever um post com a intenção de fazer uma síntese das coisas que tinha pensado durante a semana. Como eu não faço outra coisa além de pensar, o texto tomou proporções inviáveis, tanto em tamanho quanto em confusão...

Não é nada extremamente relevante e eu poderia descartar o rascunho como faço com tantos outros, mas quero publicar, para mudar um pouco esse ar rebelde e truculento que essa história de Marcha para Jesus me trouxe.

O texto começava com "Essa semana, li 3 coisinhas que me colocaram para pensar". Aqui, eu vou tratar da primeira coisinha. Quando eu conseguir organizar a confusão das outras duas coisinhas eu faço outro post...

A primeira coisinha...

Li no último número da Manières de voir, uma edição do Le Monde diplomatique, tratando das "Histórias de Israel".

Eu sempre fui muito ignorante com relação ao Oriente Médio de forma geral, todo o conflito árabe-judeu. Porque isso faz parte daqueles temas que nos levam a dizer "xiii... isso aí é um ninho de vespas, outra hora eu vou procurar entender melhor"... e como está lá longe (geograficamente), essa outra hora nunca chega e nós podemos nos ocupar das coisas mais "práticas".

Há pouco tempo - mais precisamente, depois que eu assumi minha condição humanista, que tem seu ponto de partida bem descrito no extrato filosófico raulseixístico abaixo - eu percebi que esse é um tema extremamente nobre, por nos obrigar a levar em conta 3 perspectivas de mundo totalmente diferentes.

É você olhar no espelho
Se sentir
um grandessíssimo idiota
Saber que é um humano
ridículo, limitado
Que só usa dez por cento

De sua cabeça animal...


Assim, estou tentando entender melhor essa questão, levando em conta 3 sistemas de mundo complexos e conflitantes: o meu (que teima em ser predominante, não sei o por quê ! rs), o judeu e o árabe. Tenho entendido algumas coisas. E, para melhorar a análise, participo de um grupo de discussão sionista e converso com um amigo árabe bastante instruído e que não esconde sua ojeriza pelo Estado de Israel, que para ele é uma grande aberração.

Eu não tenho que me posicionar, porque meu exercício é outro...

Mas, retomando, a primeira coisa que me colocou para pensar veio dessa nova reflexão, mas não se limita a ela, foi uma frase de um historiador britânico-israelense, Avi Shlaïm.

Vou fazer uma tradução bem livre e pessoal:

"Não está totalmente excluída a possibilidade dos israelenses tirarem, um dia, lições de seus erros e elegerem dirigentes conscientes de que a coexistência de dois Estados constitui a única solução verdadeira. As nações, como os indivíduos, são capazes de agir racionalmente - depois de esgotadas todas as outras soluções".


Me limito a dizer que me fez pensar, o que me fez pensar seria muito mais longo e desordenado, então eu vou voltando a isso em outras postagens (somente se eu tiver vontade)...

Um comentário:

Helena Miranda disse...

Vá com calma, hein! Não se ponha a tentar entender toda a humanidade, lembra-se daquela história famosa na USP do cara que se formou em Física, depois foi pra Filosofia e se matou lá dentro da Cidade Universitária mesmo?!... Pois é, por isso repito: vá com calma...