Há pouco mais de um mês, a Record Internacional passou a ser transmitida pela minha operadora de TV. Quando meu marido me disse que havia um canal brasileiro, o 613, fiquei curiosa e fui ver, com a maior das boas intenções. Não gosto muito de TV, mas às vezes é gostoso ouvir o português.
Honestamente? Que nojo! Que tevezinha podre, desgraçada, infeliz. Além da batida programação brasileira, os programas produzidos para Europa completam lindamente esse circo de horrores, com João Cléber, por exemplo (um cara que conseguiu ser banido da TV brasileira por ser vulgar. Um feito, de fato).
Desde que me mudei, tenho acompanhado pelos jornais brasileiros a briga pelo IBOPE e o crescimento da audiência da Record. Em alguns blogs, li pessoas exaltadas contrapondo a "qualidade" das novelas da Globo e Record, ou ainda falando da importância de outros canais fazendo um jornalismo que faça frente ao "monopólio global".
Todo o problema é que quando se pensa em televisão, a Globo surge como um ponto de comparação obrigatório. Mas pouco me importa se a Globo faz assim ou assado, a Record é um lixo, suas novelas são aberrações da pior qualidade, seu jornalismo é uma piada. É bastante irritante ler um comentário contra a Record ser bombardeado por mil pessoas que o entenderam como uma defesa da Globo.
Dou um pelo outro e não quero troco. A Globo não tem programinhas como o
Fala que eu te escuto e
Congresso financeiro para mulheres e homens de negócios (para, através da fé, prosperarem... o "pastor" acabou de dizer aqui, com toda a cara de pau do mundo que "a pior escravidão que existe é a escravidão do pensamento", verdade, fidumaégua). Mas tem
Guerra e Paz, que não me enoja menos, é só um tipo diferente culto e de "escravidão do pensamento".
Isso é muito triste, mas agora eu tenho um montão de coisinhas para cuidar e vou parar antes de entrar na questão ovo-galinha da qualidade da programação... e deixo uma indicação de um post do Daniel Piza, do começo do ano, que rendeu uma boa discussão, chama-se
Mitologias: a televisão.