26/12/2008

Élégance: distinction, bon goût dans l'habillement.

Da peculiar caridade italiana, diretamente para a elegância francesa em praias brasileiras...

FOTO: Dida Sampaio/AE (no estadao.com.br)

Não, não é a tia Filomena de bermudinha cor-de-rosa, é Nicolas Sarkosy, presidente francês. Eu não vou comentar a sapatilha preta combinando (?) com a camiseta, seria demais. Mas vou compartilhar minha suspeita de que o armário de bermuda branca, com um coqueiro terminando em local estratégico, só pode ser seu segurança. Eles estão todos lá, olhando tartarugas que, segundo a manchete do jornal, "roubaram a cena". O que será que elas vestiram para conseguir tal feito?

22/12/2008

"Você sabe o que é caviar? Nunca vi nem comi, eu só ouço falar."

Itália vai distribuir caviar apreendido para os pobres

da Folha Online

As autoridades da cidade de Milão, no norte da Itália, estão se preparando para distribuir 40 kg de caviar beluga aos pobres da cidade, como presente de Natal. A iguaria foi apreendida em novembro passado, depois de ser descoberta com dois homens que haviam saído da Polônia e que levavam a carga escondida.

Segundo o jornal "Corriere Della Serra", essa quantidade de caviar beluga --a variedade mais cara de todas-- valeria US$ 550 mil, o equivalente a R$ 1,3 milhão.

A polícia italiana conduziu testes para confirmar que o caviar é comestível e agora a carga vai ser distribuída a cantinas de instituições de caridades e abrigos do governo.

Vários países europeus investiram na luta contra o comércio ilegal de caviar, depois que mais de 600 toneladas do produto foram contrabandeadas na União Européia entre 1998 e 2004. No entanto, no ano passado, as Nações Unidas suspenderam uma sanção que proibia a exportação de caviar beluga, depois que os países do Mar Cáspio concordaram em limitar a pesca do esturjão beluga, peixe do qual a iguaria é retirada.

A proibição havia sido imposta porque a espécie estava rapidamente desaparecendo do Mar Cáspio, fonte de cerca de 90% do caviar do mundo.



O mundo da assintência social nunca mais será o mesmo depois disso! Genial! Estou me esforçando muito e não consigo imaginar algo que deixaria os pobres italianos mais felizes nesse natal...

18/12/2008

Suco gástrico a toda...

Alguém poderia, por favor, me explicar quando e como foi que a maldita expressão "com certeza" se transformou na bizarra palavra "concerteza"? Pois tenho lido esse absurdo em muitos blogs, ultimamente. Que ódio!

25/10/2008

Estou curada!

Vocês não vão acreditar, mas eu já consigo rir dessa também:

A ordem no Planalto é clara: mostrar tranquilidade em relação à crise. Lula deu o exemplo. “Meninos, podem continuar tomando a cervejinha de vocês. Não se deixem impressionar com esse negócio de crise que está aí e continuem aproveitando os prazeres da vida”, afirmou o presidente ontem para os fotógrafos que registravam no seu gabinete o encontro com o governador da Bahia, Jacques Wagner.
Do Direto da Fonte (Sonia Racy, Estadão)


Estou definitivamente curada!

24/10/2008

Chega de assunto sério

Eu vivo reclamando das coisas que leio na internet, sempre com posts raivosos, mas a verdade é que esse vício também me rende algumas boas gargalhadas. Exemplos de manchetes que quebram a minha rotina:

23/10/2008

Fala... que eu vomito

Há pouco mais de um mês, a Record Internacional passou a ser transmitida pela minha operadora de TV. Quando meu marido me disse que havia um canal brasileiro, o 613, fiquei curiosa e fui ver, com a maior das boas intenções. Não gosto muito de TV, mas às vezes é gostoso ouvir o português.

Honestamente? Que nojo! Que tevezinha podre, desgraçada, infeliz. Além da batida programação brasileira, os programas produzidos para Europa completam lindamente esse circo de horrores, com João Cléber, por exemplo (um cara que conseguiu ser banido da TV brasileira por ser vulgar. Um feito, de fato).

Desde que me mudei, tenho acompanhado pelos jornais brasileiros a briga pelo IBOPE e o crescimento da audiência da Record. Em alguns blogs, li pessoas exaltadas contrapondo a "qualidade" das novelas da Globo e Record, ou ainda falando da importância de outros canais fazendo um jornalismo que faça frente ao "monopólio global".

Todo o problema é que quando se pensa em televisão, a Globo surge como um ponto de comparação obrigatório. Mas pouco me importa se a Globo faz assim ou assado, a Record é um lixo, suas novelas são aberrações da pior qualidade, seu jornalismo é uma piada. É bastante irritante ler um comentário contra a Record ser bombardeado por mil pessoas que o entenderam como uma defesa da Globo.

Dou um pelo outro e não quero troco. A Globo não tem programinhas como o Fala que eu te escuto e Congresso financeiro para mulheres e homens de negócios (para, através da fé, prosperarem... o "pastor" acabou de dizer aqui, com toda a cara de pau do mundo que "a pior escravidão que existe é a escravidão do pensamento", verdade, fidumaégua). Mas tem Guerra e Paz, que não me enoja menos, é só um tipo diferente culto e de "escravidão do pensamento".

Isso é muito triste, mas agora eu tenho um montão de coisinhas para cuidar e vou parar antes de entrar na questão ovo-galinha da qualidade da programação... e deixo uma indicação de um post do Daniel Piza, do começo do ano, que rendeu uma boa discussão, chama-se Mitologias: a televisão.

20/10/2008

Nunca tinha pensado nos albinos...

Vocês conhecem a Associação de Albinos da Tanzânia? Sim, ela existe. Não foi o começo de uma piadinha ruim. Muito pelo contrário. Essa é a introdução de um assunto sério que beira o absurdo, mas de grande valia para lembrar da imensidão de coisas das quais eu não faço a mínima idéia e da necessidade de apreender, sempre, a diversidade do mundo.

Antes de dar os fatos completos, uma indagação justa seria: como assim uma associação de albinos? Eles não são um grupo político, não existe uma ideologia albina, não são uma "raça" (se é que isso existe), não são vizinhos lutando pelo interesse de seu bairro, não são uma categoria profissional. Albinismo é uma condição genética, portanto, na minha cabeça limitada, a existência de tal associação faz tanto sentido quanto pensar em uma Associação dos Calvos do Brasil.

Isso começa a fazer mais sentido com a manchete Albinos na Tanzânia pedem proteção contra mortes para rituais, na Folha (leia).

Não que eu seja uma pessoa completamente ingênua, mas isso foi demais para mim, demorei algum tempo tentando entender (dentro do mundo como eu vejo e vivo, esse foi o problema) como algo dessa ordem "ainda" acontece... que bobinha. Foi aí que encontrei um blog muito interessante, chamado Antropocoiso (conheça!), que trata do contexto cultural dessa questão (o que não foi nem ensaiado na matéria da BBC Brasil, infelizmente). Continuo boquiaberta, mas entendendo um pouco melhor, sempre um bom exercício...

14/10/2008

O inútil boom do blog

Eu estava com saudade do blog, todos esses dias eu passei por aqui, mas acabei não postando nada, só acompanhava o movimento e as estatísticas. Falando nisso, o post anterior quebrou todos os recordes do blog...

A média das semanas anteriores a ele era de 28 visitantes, com 55% de novos visitantes e 65% de "rebondeiros" (lembram deles, os que entram e saem imediatamente). As visitas do Brasil e França predominando, com uma ou outra cidade de Portugal aparecendo raramente na lista.

Depois dessa pérola, só na primeira semana, tive 221 visitantes (81% novos e 84% de "rebondeiros") de uns 6 países. E a grande maioria deles veio até aqui pesquisando o título da mensagem de e-mail no google...

Isso é interessante, porque me faz pensar que eu tinha razão quanto ao alcance dessa bestialidade, mas também me alivia um pouco, pois existe um grupo que se diferencia das duas situações que eu pintei; nem repassam afoitamente a mensagem esperando o cheque, nem sabem automaticamente tratar-se de um engodo mal formulado da pior qualidade... eles têm dúvidas, esperam um minutinho, pesquisam, manos mal.

Uma outra coisa. Já repararam que todos os e-mails idiotas que querem parecer credíveis dizem "Saiu na Época", ou coisa do gênero? Toda mensagem com título similar deveriam ser sumariamente excluída de todas as caixas de e-mail, isso seria um grande passo para a humanidade... rs

Bom, é só, depois eu volto com alguma coisa mais interessante do que as estatísticas do blog...

26/09/2008

Bill Gates quer falir

De todos os e-mails estúpidos que eu recebi na minha vida, o que segue é, indubitavelmente, o pior. Vejamos:

"URGEEEEEENNTEEEEEE!!!!!!!

Microsoft e AOL são agora os maiores empresas de Internet.E para ter certeza de que a internet Explorer é realmente o programa mais usado a Microsoft e a AOL iniciaram um E-Mail Beta netTest.

Se você enviar esse e-mail a amigos a Microsoft pode e vai por um período de 2 semanas rastrear esse e-mail. Para cada pessoa que você mandar este e-mail a Microsoft vai pagar U$245,00. Para cada pessoa a quem você enviar, que enviar este e-mail adiante a Microsoft paga a você $243,00. E para cada terceira pessoa que receber este e-mail você recebe $241,00 da Microsoft.

Daqui a 2 semanas a Microsoft vai te contactar neste teu endereçoe te enviar um cheque.

Eu também pensei que era besteira mas 2 semanas depois dereceber esse e- mail, a pessoa que mandou-o para mim foi contactada pelo Microsoft dentro de alguns dias ele recebeu um cheque de R$24.800,00.

Você deve responder antes que o beta Teste termine.

Se alguém pode se dar a este luxo este alguém é o Bill Gates, o homem para estas coisas. Isto tudo é estratégia de Marketing dele."

Ai, ai, ai... ai.... e ai...

O mais interessante é que eu recebi isso de ALGUNS dos meus contatos. E não costumo ter contato com gente completamente imbecil, então fica difícil entender...

Ao ler uma coisa dessas, a primeira coisa que se faz é uma continha simples. Vamos imaginar que cada pessoa tenha apenas 10 contatos, para facilitar. Eu envio isso para 10 pessoas, ganho 2.540 dólares... hum... a pessoa número 1 vai enviar isso para mais 10... com isso vou ganhar 2.430, como cada um dos meus contatos é tão esperto quanto eu, posso multiplicar isso por 10 ainda, certo... são 24.300 dólares... mas isso não termina aí... ainda há o terceiro envio (que vai colocar um zero a mais nessa brincadeira) ... hum... que vai me render, incrivelmente... 241.000 dólares.

Fechando a conta: 2.540 + 24.300 + 241.000 = 267.840 dólares... podemos concluir que esse cara do e-mail que recebeu o cheque de R$ 24.800 (em reais, ainda!) é um infeliz sem amigos....

Só dessa minha rede (sem contar o que ganhou quem veio antes) participaram 1.111 pessoas.... eu imagino que cada uma tenha criado uma rede semelhante e ganho o mesmo que eu... então, o Bill vai gastar, só com a gente... U$297.570.240!

Muito razoável....

Agora, a gente pensa que 10 pessoas é um número muito conservador, estende isso para o potencial de todos os internautas brasileiros... e vai se dando conta do quão inteligente é acreditar nisso.

Só um detalhe é que o título da mensagem é "Saiu na revista Época repassem e lucre , não é brincadeira‏". Eu quero morrer....



22/09/2008

Procura-se infância

Já em casa, com a bagunça natural das viagens eliminada, retomei meus hábitos, mesmo os irritantes, como ficar lendo jornais e reclamando de tudo que leio.

Dessa vez, o que me tirou do sério foi uma matéria do estadao.com.br sobre os "Tops Mirins" essas pobres criancinhas exploradas por mães frustradas e megalomaníacas, agências inescrupulosas e um mercado de moda infantil (olha que coisa assustadora esse termo) em grande crescimento. Esses mini adultos que chegam a ganhar 15 mil por mês.

Fiquei pensando em não ser tão crítica, fiz algumas contas tentando me convencer de que talvez seja besteira minha e esse seja um belo investimento. O problema que não consegui encontrar alguns dados. Fui colocando na minha planilha mágica dados do tipo: salário mensal 15.000 - no final do período (período aqui é a infância, mas antes de começar a perder dente, ficar meio torto, com o nariz desproporcional e perder a graça, coisa que acontece inevitavelmente, ainda que isso machuque o coração e o bolso da mamãe amantíssima), digamos entre os 0 e 6 anos, acumulamos 90.000. Não é pouca coisa, não. No que pensei: com esse dinheirão todo, quando acabar essa rotina maravilhosa de passar frio e fome em gravações intermináveis, talvez a mamãe possa comprar uma infância para seu anão. Mas não estou achando aqui no Google o preço desse produto, parece que não há infâncias disponíveis no momento, talvez esteja esgotado. Vou dar uma olhadinha no ebay, quem sabe uma de segunda mão, só para fechar os números da minha planilha...

Para quem quiser ler essa maravilha de matéria (do dia 21/09... comecei a escrever esse post nessa data... olha o tamanho da preguiça), está aqui. Se não tiverem vontade, eu destaco só essa parte curiosa...

"Nunca se sabe quanto tempo vai levar a gravação de um comercial", diz Lilian. A mãe de Felipe, Rosângela, saiu furiosa de um teste que durou nove horas e a organização ofereceu só um pão com mortadela para o filho. Ela foi reclamar no conselho tutelar. "Tive um choque e comecei a repensar essa história de top mirim. Lá, ouvi o que nunca pensei ouvir. Disseram que eu, e não a empresa, poderia ser processada por maus-tratos."


Olha essa mulher! Chega.

19/09/2008

Voltei! Faz muito tempo que não escrevo nada, mas meus leitores sabem bem o porquê... estavam comigo nesses tempos... e que maravilha.

Não tenho tempo para postar agora, queria apenas colocar uma coisinha aqui para que saibam que logo volto a escrever...

Beijinhos!

22/08/2008

...

no estadao.com.br

Esse é o tipo de mentalidade que eu não gosto de constatar. É tudo, por enquanto.

06/08/2008

Ah... as férias...

Estou na Normandia, mais precisamente em Villers-sur-mer, uma pequena cidade balneárea onde meus sogros têm sua casa de verão. Tudo muito simpático, tenho fotos do verão passado, ainda não comecei a tirar fotos insanamente como de costume.



Eu adoro essas casinhas na praia! Você aluga, deixa lá com todas as suas coisas, pode se trocar lá dentro, levar até a farofa de deixar protegida do sol... o melhor é que ninguém rouba... e olha que seria incrivelmente fácil. Talvez tão fácil quanto inútil...

Ontem, no caminho para Villers, passamos por uma cidade visinha chamada Cabourg, o que há de interessante nesse lugar é que Marcel Proust (1871-1922) passava ali suas férias. No livro Em busca do tempo perdido, a cidade que criou e chamou Balbec representa Cabourg.

Fora essa pequena questãozinha cultural, o que me aconteceu de curioso nessas 24 horas que estou aqui é que fomos recebidos com a excelente notícia de que minha sogra já tinha planejado que faríamos uma semana de ... de... de... VIGILANTES DO PESO! Que alegria isso causa no ser humano, nossa, não consigo nem explicar... muita emoção!

Tirando o fato de almoçar um churrasco preocupado com o fato do bife (o único) pesar 100 ou 120 gramas, tudo vai muito bem, estou bem tranquila e acho que vamos achar uns passeios a cavalo essa tarde. O tempo está maravilhoso, o que não é evidente mesmo sendo verão, já que por aqui chove muito.

Volto para contar minha experiência com os 50 gramas de pão do jantar e seus equivalentes 2 pontos...

23/07/2008

Algumas fotos

Algumas fotos de Annecy, feitas pelo vovô Georges (do meu marido), que adora fotografia e faz isso muito bem, diga-se de passagem. Fez minha pequena Nikon parecer um brinquedinho de criança, por isso vou postar primeiro suas fotos, depois selecionar as minhas (que são mais artísticas, como no post anterior... hehehhe).

Primeiro, uma bela vista do lago...

Agora, o centro antigo da cidade, que tem esse lindo canal, a vista das montanhas e essa arquitetura peculiar...



Para finalizar, vou colocar uma bela vista do Montblanc, com suas neves eternas... lugar bom de estar... chama-se Semnoz...


18/07/2008

"Vim-me embora de Annecy"

Voltei de Annecy, adorei a viagem, vi uma porção de coisas bonitas. Mas não tenho muito tempo para escrever, porque já estou me preparando para ir para a Normandia. Será rápido, vamos comemorar o aniversário do meu sogro em Villers-sur-mer e voltar para Paris logo na segunda-feira. Gosto dessa coisa de férias de verão... rs.

O Pedro me cobrou um comentário sobre o CD da (segunda)primeira-dama, farei isso quando voltar, para não estragar meu final de semana... sei que entendem.

Antes de partir, vou postar aqui as duas coisas imperdíveis desse passeio em Annecy...

Meus dedos espantados com a beleza do lago:


A equipe olímpica francesa de nado sincronizado que treina no memso lago:


Bom, volto na segunda com mais bobagens!

12/07/2008

Vou-me embora para Annecy

Voltarei na próxima semana.

Ainda não conheço a cidade, mas, pelo que vi em fotos, parece bonita. Será minha primeira experiência com a montanha no verão... meu marido gosta particularmente das caminhadas... deve ser interessante mesmo, estou ansiosa. Vou tirar muitas fotos para postar aqui depois.

Caso aconteça algo muito inusitado que exija post, passo rapidamente, caso contrário, até o fim da semana que vem!

11/07/2008

Eu gostaria de indicar a matéria abaixo, pois a julguei muito interessante. É assinada pela jornalista Adriana Carranca, que também conduz um blog que acompanho chamado Pelo Mundo - desenvolvimento global e direitos humanos.

Leia:

No País, 134 mil presos poderiam estar em liberdade

06/07/2008

Apenas um boneco

A matéria que chamou minha atenção:

Boneco de Adolf Hitler é decapitado em museu de cera



A polícia de Berlim prendeu um homem de 41 anos, depois que ele arrancou a cabeça de um boneco de cera do líder nazista Adolf Hitler neste sábado, 5, pouco depois da abertura do museu Madame Tussauds.

A estátua faz parte do acervo da casa, que abriu as portas ao público pela primeira vez neste sábado, após semanas de polêmica sobre a exposição do ditador.

Hitler aparece sentado a uma mesa em seu bunker, em uma cena que, segundo o museu, retrataria suas últimas horas de vida antes de ele se suicidar. O boneco não pode ser tocado nem fotografado, segundo as regras impostas pelos responsáveis do museu.

O homem detido se aproximou por volta das 10h (horário local) do boneco de Hitler e, quando tentou tocá-lo, outro visitante foi impedi-lo, o que levou a uma briga entre os dois. Logo depois, funcionários do museu também intervieram, e um deles ficou ferido na perna.

Finalmente, o homem, que segundo a polícia mora no bairro de Kreuzberg, arrancou a cabeça do boneco de Hitler, antes de ser controlado pelo pessoal da segurança do museu. O manifestante foi processado por danos ao patrimônio alheio e lesão corporal.

A porta-voz do museu Madame Tussauds, Natalia Ruoss, disse que o incidente não tinha como ser evitado. "Havia dois guardas de segurança que não conseguiram evitar o incidente", disse Ruoss. A porta-voz não quis dizer se o boneco de Hitler voltará a integrar a exposição e apenas destacou que isso dependia do dano causado. O valor do boneco é estimado em 200 mil euros.

Vários políticos, historiadores e representantes da comunidade judaica criticaram a estátua. A polêmica é ainda maior pelo fato de o museu, no centro de Berlim, se localizar justamente nas cercanias do grande memorial ao Holocausto.

A estátua do ditador está no mesmo pavilhão que abriga figuras de políticos alemães importantes como os ex-premiês Willy Brandt e Helmut Kohl. O museu de figuras de cera Madame Tussauds já expõe figuras de Hitler em outras filiais ao redor do mundo.


Bem...

Para mim não ficou claro se tratava-se de um indignado com a exposição de tal figura ou de um visitante fascinado pela imagem de Hitler, querendo tocar o boneco a qualquer custo.

O que não entendo de verdade é esse revolta contra um simples boneco de cera. Entenderia, em parte, caso esse boneco estivesse dividindo o salão com figuras admiráveis por seus feitos humanitários, caso fosse exaltado. Mas não é o caso, o boneco não serve a esse propósito. Oras, Hitler existiu. Foi uma figura fundamental (veja, fundamental e não louvável) na história da humanidade. É impossível entender uma vírgula de história contemporânea sem passar por esse personagem. Outra verdade: nada disso diminui o horror do holocausto.

Vejam, eu trabalho, aqui, com determinadas impressões, com alguns fatos. Não é minha intenção interpretar ou me contrapor ao que sente a comunidade judaica, eu não tenho a mínima condição de discutir essa dor impressa num povo, essa "lembrança do genocídio, fundadora da israelidade", como definiu Idith Zertal, historiadora israelense. Seria demais para mim. Também não se trata de um discurso revisionista, o ponto central não é refutar a historiografia oficial, é encará-la e não desprezar nenhum de seus aspectos.

Esquecer Hitler, colocar essa figura histórica num ostracismo absoluto é inútil, na minha humilde opinião. Também parece estranho lançar mão de sua imagem para encarnar o mal absoluto, quando se faz necessário, e guardá-la novamente. "Vamos proteger a humanidade da exposição a essa imagem para evitar a proliferação determinadas idéias"... seria isso? Não sei, não entendo.

Esse homem foi um homem, frase estúpida, mas é isso mesmo. Um homem, constituído de idéias, emoções, loucuras, amores, crenças, maldades. Protagonizou um episódio cruel da história da humanidade, deve ser lembrado e devidamente criticado por isso. Deve ser exposto de todo modo, não escondido e transformado em algo metafísico, oculto, na síntese do mal... Olhemos racionalmente para essa figura, reflitamos, tiremos dessa reflexão algo de produtivo; para mim, essa é a atitude mais lógica.

O que acham disso?

02/07/2008

Mais um ablogsurdo!

Esse blog é o campeão de absurdos no portal do Estadão... chama-se Palavra de Homem, feito por Felipe Machado, que é apresentado assim "é jornalista, músico e passa o dia tentando entender o que se passa na cabeça das mulheres".

A culpa do alto teor "anomaliático" nem é tanto do jornalista, que faz exatamente aquilo a que se propõe nesse espaço: fala de coisas corriqueiras da vida, de comportamento, música, sempre com um texto de tom mais intimista, um pouquinho de humor, como numa conversa de bar... A culpa é da orda de fêmeas mal amadas que acessa de seus escritórios transformando os comentários num chat "u-hú... somos amiguinhos" e dos caras babacas que ficam bajulando essas loucas, formando um grupinho superdivertido... é claro que uma delas já providenciou uma comunidade no orkut para que eles aprofundem o contato ("Comunidade dedicada a todos os blogueiros que, fielmente, deixam seus comentários no blog do "Chefe da Gangue", Felipe Machado!") ... é de vomitar!

Um pequeno exemplo do conteúdo (comentário no blog):

"Oi amores do blog!!!!!!!!!Lisa,Alê,Digo,Corte,Nathy,Gika,Teresa,Major e todos que eu adoro!!
Estou morrendo de saudades de vcs!!!
Um beijão para todos!!(um pra cada viu??)"

Rápida consideração: Essa anormal deve adorar a Xuxa até hoje!

Eu identifiquei uma tendência interessante nos comentários... todas elas concordam plenamente com TUDO o que ele escreve, acham tudo lindo, supermeigo, tipo assim... Algumas das habituées se salvam um pouco, mas é o reino do clichê... Então, eu acho que elas estão apaixonadas pelo blogueiro, que é o "tipo ideal" em suas cabecinhas; porque ele é bonitão, charmoso, tem visibilidade, é guitarrista do Viper (banda que eu detesto, elas provavelmente também... mas viraram fãs alucinadas... em casa, a filha da mãe escuta o Zéze e chorou no cinema em 2 filhos de Francisco... mas decorou cada música do Viper para ver se atrai a atenção do blogueiro... ou de algum baba ovo que aparece por lá, no pior dos casos).

Outra coisa bizarra, que podemos ver pela descrição da comunidade criada é a idéia de que o blogueiro é o "Chefe da Gangue". Eles acreditam realmente que aquele espaço público, no portal de um jornal, é o quintalzinho deles... que eles têm mais direitos que qualquer outro anônimo de postar comentários, porque eles são o grupo querido do blogueiro, sempre lá, escrevendo... "Fê, você é demais! Sempre falando o que a gente quer ouvir...". Chgam a dar as boas vindas a um nick novo... "entre, sinta-se em casa".

A coisa fica psicótica mesmo quando alguém posta um comentário contrariando, ou criticando abertamente a opinião geral. Nossa! Eles (elas principalmente) viram uns fundamentalistas, não conseguem argumentar, seria pedir demais, então começam a dizer que a pessoa é um intruso e que deve se retirar do espaço deles. Muito interessante mesmo. Um sem noção escreve... "Fulano, não gosto de você porque você maltratou a Alezinha, que é uma pessoa superlinda, vá embora, não queremos você aqui"... 5 outros malucos do grupinho vêm em seguida: "isso mesmo, concordamos plenamente!" só falta acrescentar "seu bobo". Essa gente deve dormir até hoje chupando o dedo e com um paninho no nariz.

Eu tenho pena e uma curiosidade mórbida que me leva até lá umas 2, 3 vezes por semana. E, é verdade, eu sou preconceituosa...

Seria impossível selecionar comentários especialmente idiotas no meio de tanta barbaridade, então deixei o link para o blog e quem quiser se divertir com isso (acho que ningém tem essa mesma loucura, mas tudo bem) pode ir até lá. E chega de falar mal dos outros, por enquanto...

01/07/2008

Olha isso!!!

Puta merda! Precisa de palavrão... tem umas coisas que não são normais... vocês acompanharam o meu probleminha com a cafeteira... Agora, estava pesquisando acessórios para a minha cafeteira Bosch 1401, mais precisamente a canequinha de vidro que estourou...
Pensei, que bom que foi so a canequinha e TODA A CAFETEIRA ainda está em ótimo funcionamento...
Para eu ter certeza de que não estou ficando louca, fiz imagens dos sites que pesquisei e vejam o que eu encontrei, me expliquem, por favor!

Olhem só quando custa para a garrafinha de vidro chegar aqui em casa em até 72 horas:

Reparem que diz bem grande "Saldo de Verão"... custa 23.40 euros!!! Isso é um absurdo... porque dá uma olhadinha em quando custa para a cafeteira chegar aqui em casa em 72 horinhas...

Tem mais um pequeno valor de frete, ficando alguns centavos mais cara do que o copinho maldito que estourou... e que custa mais de 98% do valor da cafeteira...

Olha, isso deixa qualquer um puto...

30/06/2008

Penso, logo apanho

Finalmente, voltei para falar de um bom filme. Como já tinha começado a dizer, trata-se de Ben X (Bélgica, 2007).

Um adolescente com Síndrome de Asperger, um "tipo leve de autismo" (informações completas, aqui) enfrenta uma séria perseguição na escola. Em casa, ele se "refugia" no universo de um famoso jogo on line de RPG (Archlord), no qual ele é um "nível 80", forte, imbatível. A realidade e o jogo aparecem mescladas no filme, como acontece na própria forma do adolescente ver o mundo.

Vários aspectos desse filme podem chamar atenção, dependendo da "inclinação" de quem o vê... Assim, o fanático pelo jogo, ficará encantado pelo modo como as imagens do jogo permeiam a imagens clássicas, o que está muito claro no trailer abaixo. O crítico ferrenho desse tipo de jogo pensará nos perigos da fuga da realidade, no acirramento da violência, na perda dos valores ou sei lá...




Eu, Paula (muito prazer, rs), me interesso pelo Bullying. Foi o que mexeu comigo, muito além da experimentação narrativa, dos efeitos, do jogo, de qualquer outra coisa. Principalmente, porque o filme tem como ponto de partida, de inspiração, uma história real.

Qualquer indivíduo dito "normal" é capaz de lembrar de como os tempos de escola foram duros. Imaginem os que sempre foram taxados e considerados "diferentes"...

Se você é meu leitor, certamente não foi o imbecil valentão que sacaneou todos a sua volta na escola: a gorda, o cara de óculos, a menina de aparelho, o nerd... espero que não tenha sido entretanto o perseguido... você deve ter feito parte daquele enorme grupo que sabe que esse tipo de coisa acontece, conviveu com isso, sentiu pena de alguns, achou outros boçais, mas se calou, vai que a próxima vítima é você... não é? Quem tem coragem de defender o esquisito?

O esquisito é muito bem mostrado nesse filme... é la dentro, na cabeça do "diferente", que tudo acontece... E que raiva nos causa, que vontade de gritar, de responder às violências que ele sofre! Porque o esquisito nos foi bem apresentado, não é mais tão esquisito. É alguém que tem uma dor imensa e bloqueios que vão além do seu querer; reservamos duas horas para entender esse "diferente", bastou.

Não é um exercício que estamos acostumados a colocar em prática, o outro ainda é uma coisa que nós preferimos enquadrar baseados nos indicadores externos, mais fáceis de apreender. Definimos vários tipos e também o que esses tipos são obrigados a aguentar no decorrer da sua vida, fazemos isso desde pequenos.

Sempre achei as crianças naturalmente cruéis. A maioria das pessoas que conheço critica esse meu ponto de vista, me incluindo na categoria não-gosta-de-criança. Mas me parece muito plausível acreditar nisso, basta dar uma olhadinha em como se relacionam entre si, basta lembrar de como era na escola.

Mas é claro que existe uma diferença entre determinar que quem peidou for o gordão porque a bunda dele é maior e filmar, com o celular, durante o recreio, um espancamento e colocar no youtube. Via num documentário que isso está ficando corriqueiro por aqui, triste.

Na minha época (engraçado escrever isso, finalmente chegaram tempo e tema que me permitem usar essa frase, eita nóis, que alrgria!rs) levar uma borrachada era violento, ela batia nas suas costas, seu corpo se movia de um jeito estranho e todos riam, você se sentia humilhado, tinha receio de olhar para trás e ver aquelas caras felizes vendo sua cara cara de cocô...

O que você podia fazer? Podia levantar e espancar o imbecil que jogou, ir para a diretoria e levar para sempre o rótulo maginal violento, evitando borrachadas futuras. Ou, porque não, aceitar a borrachada um um pouco de humor, torcendo para que fosse uma coisa pontual, que não voltaria a contecer, faz aquela cara de cara legal, fala uma coisa espirituosa e torce, torce...
O que mais? Podia pegar a borracha no chão e atirar rapidamente em um outro mais bobo e fraco do que você para que todo riam dele, ufa!, que alívio... (esse sempre foi o tipo de anormal que eu mais detestei... hoje eles fazem intriga no condomínio, mas na reunião ficam com uma cara de visinho legal, doentes!). Ah, há um outro tipo que eu não tenho capacidade de entender, de interpretar, mas sei que existe... o voluntário da borrachada, "atirem borrachas em mim!".

Bom, lembro dessas coisas, mas lembro da minha mãe, principalmente, me convidando a colocar-me no lugar do outro, imaginando como se sentia meu amiguinho em tais condições e como deveria ser infeliz a atirador de borrachas, já criava imagens complexas para que eu interpretasse, me convidando a sentir uma variedade de coisas e me a colocar em vários papéis. Mas houve também a minha irmã mais velha que nunca aceitou participar desse tipo de circo, coisa que minha mãe sempre elogiou, reforçando, para mim, essa imagem de justiça e de tolerância.

Eu sempre tive amigos "diferentes" gostava deles, mas isso não me causava problemas com os atiradores de borracha; eu era grande e tinha uma cara feia, escondia muito bem o meu gênio mais para bebezão da mamãe do que para garota violenta, mas ninguém queria descobrir isso. E depois o esporte me salvou... garantiu minha passagem sem maiores transtornos por essa fase da vida. Mas eu sempre observei e sabia muito bem o que eu não queria, fui, emocionalmente, muito bem educada (tenho outras sequelas que não vêm ao caso, mas essa não... hehehheeh)

Dá para ver que eu gostei mesmo desse filme, não é, estou aqui viajando... mas isso é bom demais. Não é um artigo científico nem nada. Eu gosto de ver um filme com a liberdade de dar uma pausa e passar as duas horas seguintes divagando, mesmo mudando de tema, indo lá longe, voltando, ligando a alguma outra coisa que ouvi outro dia, perguntar para o meu marido o que ele acha daquilo, depois daquilo, depois daquilo... e ele tem que ter opinião... ai ai ai... depois posso até abandonar o tema para sempre... não importa... eu sempre tenho a sensação de que o espírito saiu enriquecido desse passeio... faço isso incansavelmente com a minha mãe ao telefone... ela também é... hum, hum..."especial"... hauahuahuahuah...

Voltando ao tema, para terminar, prometo (se alguém chegou até aqui...): o que me assusta um pouco é a impressão de que não só a frequência do bullying cresceu, mas também sua complexidade e crueldade. Eu não entendo muito disso, minha mãe fez um trabalho sobre isso há algum tempo e vou ver se ela tem algo escrito para nos ceder, gosto dessa discussão. Mas vou continuar depois...

Eu só queria falar de um filme que faz pensar... se fosse professora ele estaria na minha sala de aula... Pois, ao contrário do que pensa muita gente, acredito que crianças possam ser confrontadas a coisas complexas, sofrer frustação, entender limites e, mais importante, receber incentivos para construir e exercer plenamente sua humanidade (no sentimo mais amplo do termo).


Filmes e mer... (conteúdo impróprio)

Há tempos não falava de filmes. Continuo firme nessa paixão, vendo em média um por dia. Vou destacar aqui o pior dos últimos meses, depois o melhor (deixando mais tempo para este, claro).

Corram de O Método, filme espanhol de

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Advertência!
Este parágrafo contém linguagem imprópria e senso de humor duvidoso


Vou parar isso aqui e contar a merda que acaba de me acontecer... são 6 da manhã... liguei a cafeteira e vim aqui escrever... enquanto escrevia ouvia o barulhinho bom da cafeteira e subia aquele cheirinho gostoso... me deu vontade de ir ao banheiro, fui... sem mais detalhes para essa parte... do banheiro, começo a ouvir um novo barulho, dessa vez muito anormal, vindo da cafeteira. Aquele tipo de barulho que te diz que você deve correr para evitar uma merda maior do que a que já está se passando... o problema aqui é que a merda te chama e a merda te prende... é um desespero absoluto, vocês podem imaginar... depois de muita tensão - e de constatar que a tensão em nada resolveria meu problema - relaxei, pensei "deixa essa merda rolar, o pior que pode acontecer é eu ter que limpar, se não der com papel, ou pano, nada que água e sabão não resolvam..." E assim foi, o fundo da cafeteira tinha estourado e minha cozinha estava alagada daquele líquido preto. Limpei tudo... agora, com tudo limpinho posso sentar aqui e continuar falando de filmes, para não perder a linha, retomo o raciocínio justamente na merda do filme espanhol que eu apresentava...
Me desculpem pela linguagem imprópria, vou colocar uma advertência (que vocês já leram) antes do parágrafo, mas não pude me conter... tinha me ocorrido fazer um trocadilho ainda mais cretino, café - merda - borra... mas me controlei... chega de apresentar meu processo bizarro-criativo, vou voltar ao tema do post...

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Então. Eu falava de El Método, produção espanhola, argentina e italiana de 2005. No Brasil foi chamado de O Método no Festival do Rio, mas depois algum gênio do marketing achou mais interessante mudar o título para o maravilhoso O Que Você Faria? Eu começaria mandando à merda... heheheh

Lê-se na capa "Até onde estaria disposto a chegar para ser o escolhido".
O tal método é uma ferramenta de seleção bastante "inovadora"... 90% do filme se passa na sala onde ocorre a dinâmica, onde os participantes vão descobrindo o método aos poucos, as tensões e os detalhes das personalidades vão se aflorando a cada nova "prova" a que são submetidos.
Um monte de besteiras pra lá, diálogos e personagens pouco consistentes pra cá e aquela sensação dos 10 primeiros minutos de que veríamos um filme pelo menos interessante acaba. Para completar aquele final que te deixa sem entender para dar um ar de profundidade e garantir que você se sinta burro antes de ter coragem de falar mal do filme.

Eu não tenho nada contra os filmes ruins, eu até gosto. A questão é como um filme "se pretende". Um diretor que fez um filme ruim, mas tem plena consciência disso não é um imbecil, certamente. Mas o cara que fez um grande lixo acreditando piamente que foi genial é um grande jegue. É o caso aqui. Não importa quantos prêmios tenha recebido, eu prefiro passar o meu tempo com O Guerreiro Didi e a Ninja Lili.

Quando eu comecei esse post, há uma hora atrás, antes de toda a confusão, eu tinha em mente falar rapidamente desse filme ruim e depois falar de Ben X, uma produção belga de 2007, que eu adorei ver essa noite, mas agora eu já me estendi e me irritei muito... vou parar e volto no próximo post para falar dessa beleza de filme, para o qual eu não encontrei nem título em português, nem dada de lançamento no Brasil, mas vou pesquisar melhor...

Obrigada por aguentarem até aqui... heheheh

22/06/2008

Atendendo a pedidos

Eu não tive muita inspiração esses dias, cada vez que começava um post o abandonava por pura preguiça.

Então recebi um e-mail de uma querida amiga, a Maria Silvia, que encaminhava uma matéria muito interessante da Gazeta Mercantil. Além de interessante justifica um pouco esse meu comportamento, vindo muito bem a calhar... vejamos:

Estudiosa defende a preguiça como estratégia de resistência

São Paulo, 16 de Junho de 2008 - Scarlett Marton, conceituada professora de Filosofia Contemporânea da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP), concedeu, na semana passada, uma palestra polêmica sobre workaholics. Além de apresentar as possíveis razões para este fenômeno, trouxe à tona uma visão nada convencional sobre o tema

Disse que o homem contemporâneo precisa retomar a preguiça, como estratégia de resistência. "A atual compulsão por trabalho criou pessoas sem consciência da própria existência. E isso não é saudável, nem no ambiente corporativo, nem no lar, de maneira geral. Isso atrapalha o trabalho em si", diz Scarlett.

Para chegar a este pensamento, a filósofa recorreu à história do trabalho. "Na civilização greco-romana, o homem comum não tinha ocupação, ofício, profissão. Trabalho era sinônimo de degradação, tortura, era atividade para os escravos", diz. Ela conta que só no século XIII, o trabalho ganhou um certo status entre as sociedades européias, graças às atividades manuais exercidas nos monastérios. "E o reconhecimento como valor social se dá apenas no Renascimento, no século XVII. Nesse período é que é visto como elemento que aprimora, desenvolve o homem. A idéia de lazer vai ser então ser desenvolvida somente na década de 30 do século XX, com as férias remuneradas", afirma.

Em suas pesquisas, ela conta que a idéia do mesmo "lazer", hoje, vem acoplada a uma certa obrigação. "Você tira férias e se sente na obrigação de viajar, de ter muito dinheiro para pagar um belo hotel, consumir belos produtos", comenta. "Tudo nos é imposto pela propaganda".

E esta noção de diversão, conforme a professora, teria se intensificado há 30 anos, quando apareceram os workaholics. "O evento do trabalhador compulsivo é muito recente. O homem moderno não se dá conta de que o ócio concede mais consciência sobre nossa própria condição humana. É preciso exercitá-lo". Mas como exercer o ócio em uma sociedade que tanto nos cobra? "É preciso ter espírito crítico quanto às nossas atividades cotidianas, prestar atenção se nossos desejos são verdadeiros, ou fabricados e padronizados pela publicidade", critica.

Se a teoria é bem articulada, o certo é que não é tão simples colocá-la em prática. A opinião é do dentista Oscar Razuk, que criou uma teoria de otimização de tempo ao perceber que 72% de seus clientes, a maioria formada por executivos, abandona os tratamentos dentários simplesmente por que são workaholics. "São pessoas que se preocupam muito com o trabalho e que se esquecem da própria vida. No meu caso, dentista que sou, tento mostrar que a saúde bucal pode aumentar a expectativa de vida de uma pessoa em até quatro anos. Muitos alegam, porém, que não têm tempo para acabar o tratamento, pois perderiam tempo e isso quer dizer perder dinheiro. Acabei então por pensar em palestras que abordam justamente a importância de se perceber que a saúde interessa mais do que o trabalho ou o dinheiro", conta.

Cidinha De Conti, diretora da empresa de marketing Conti Ações Integradas está com sete ações diferentes nesta semana. Trabalha, em média, dez horas por dia, em ritmo frenético. Não se considera workaholic, mas admite: "meus amigos dizem que a primeira característica de um workaholic é a negação de que faz parte deste grupo", diverte-se.

Em cada evento que faz, cabe a ela criar, organizar e coordenar equipes, definir programas e logísticas. "Minha profissão exige muitos detalhamentos. Para que as ações dêem certo, é preciso que eu me entregue completamente. Assim, tenho que estar à disposição do trabalho em tempo permanente", afirma. Ela acredita que a definição workaholic acaba se anulando, se a pessoa tem prazer em seu trabalho. "No meu caso, trabalho é uma fonte de prazer. Posso trabalhar aos sábados, domingos, seguidamente, que isso não vai me incomodar", finaliza.

(Gazeta Mercantil - Alexandre Staut)

13/06/2008

Ô... gente estúpida!

Olha, não dá mesmo para levar a vida de outra maneira que não seja fazendo piada... depois de escrever esse ablogsurdo baixo, fui dar uma olhadinha nos jornais on line... eis que descubro que até o momento há 52 pessoas a favor da tal CSS. Pode?! Foram 404 votantes... 13% a favor e 87% contra o "novo" imposto.

Atualização: eu não expliquei direito... escrevi correndo e ficou sem sentido... era uma enquete do estadão... eram 404 leitores do estadão, dos quais 52 respondiam "sim, sou a favor da aprovação de CSS"... agora tem setido isso aqui...

Eu gostaria de deixar aqui uma questão que não consigo esgotar sozinha... do que mais é capaz uma pessoa que se voluntaria a pagar um imposto idiota? Que outras anomalias essas 52 pessoas podem fazer? Sei lá, alguma coisa como se oferecer como cobaia de pesquisas perigosas... não sei... não consigo pensar em nada mais, me ajudem!!!!

Demorou, mas voltou...

Um Ablogsurdo novo... nesse longo intervalo eu já li muitos absurdos, mas nenhum me motivou a postar.

Exitei antes de postar isso aqui, mas obtive ontem a autorização do dono do blog em questão - que é um amigo (que todo mundo sabe quem é, mas eu gosto de fazer essa bobagem de suspense...). A situação abaixo é muito interessante.

O blogueiro é um cara engraçado, escreve bem, tem um bom tempo nas piadas... aí, alguém leu, sentiu-se inspirado(a) e pensou... essa é a minha deixa para fazer minha piadinha também, mostrar como sou espirituoso(a)...

Post rapidinho para dar notícias no meio de uma viagem (esse não tem nada de especial, os outros que são engraçados mesmo, mas o ablogsurdo está no comentário que segue... hehehe):

To doidão
Eu to ficando muito louco com o cheiro de maconha dessa cidade...



O cometário:

O que que significa esse comentário??
vc vai voltar pro Brasil e tranferir para a FFLCH??



Eu comentava com alguém que eu não entendo como é que nenhum "filtro interno" teve tempo de agir antes dessa pessoa clicar no "enviar mensagem". Todo mundo está sujeito a se sentir muito engraçado subitamente sem que isso corresponda necessariamente a realidade. Mas a maioria das pessoas consegue perceber que tentou ser Monty Python e acabou Tiririca naqueles preciosos segundos da leitura crítica que fazemos antes de enviar.

É, não foi o caso... realmente.

Eu nem vou fazer a análise da mentalidade, do preconceito, dos verbos pronominais... tudo isso é muito complexo para mim....

09/06/2008

Falando, tipo, de estilo...

Cara, se tem uma coisa que tá me deixando, assim, super-prá-baixo, é estar perdendo a tudo-de-bom Fashion Rio... mesmo que a mega-deusa Gigi (para os não íntimos: Gisele Bundchen) esse ano tenho migrado, com a Colcci, para a SPFW, a semana carioca continua tudoooooo...

Pra matar a saudade eu pensei em colocar umas fotinhas... mas encontrei esse vídeo super fashion e filosófico ao mesmo tempo... uhúuuu... cara, é, tipo assim, fashionsófiquérrimo!!!! Alôou... não entendeu, eu explico: fashion + filosófico + quérrimo (hum... que deve ser, sei lá, alguma tendência... não importa... essas coisas que a gente entende o sentido mas não sabe explicar com palavras...)


Explicações


Sei que parece, mas eu não abandonei o blog. Depois do post homenageando Potirendaba eu perdi completamente a criatividade, não que ele seja magnífico e tenha esgotado minha genialidade, longe disso... mas me diverti bastante o escrevendo.

Desde então, comecei uns 4 posts diferentes, estão todos lá, em rascunho. Começava a escrever e perdia completamente a vontade... então vou esperar alguma coisa que me anime... aceito sugestões!

03/06/2008

Rebond Cultural - Parte 1

No último post eu reclamava da Taux de rebond do blog (porcentagem de visitantes que entram e saem do blog imadiatamente, "os enganados"), mas eu não tinha atentado para um fator importante: cada visitante que entra enganado nos dá a possibilidade de conhecer mais uma cidade, mais um pedacinho do planeta que pode ser tão interessante quanto a nossa...


POTIRENDABA!!!


O nosso primeiro "rebondeiro" homenageado será o amigo que nos possibilitou, no dia 2 de junho, conhecer um pouco mais desse intrigante município do estado de São Paulo.


Antes, eu sugiro que nos deixemos guiar nessa aventura pelo maravilhoso Hino de Potirendaba (com a imagem da bandeira da cidade):




Estribilho:
"Ó Potirendaba,
Teu nome é sagrado!
Nós temos Lembrança;
Temos Esperança. Teu nome é sagrado!"


Agora sim... no clima!


Essa imagem foi obtida no site oficial da cidade que, além de nos dar essa "visão geral" de Potirendaba, também informa:

"A População Total do Município era de 13.656 de habitantes, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE (2000).

Sua Área é de 342,39 km² representando 0.1379% do Estado, 0.037% da Região e 0.004% de todo o território brasileiro."


Eu tomei a liberdade de aprofundar a informação oficial, acrescentando que sua área também representa 0,000067% do território do Planeta Terra...

Para aquelas pessoas que não têm grande poder imaginativo, aqui vai uma mãozinha:



Para conhecer melhor essa cidade, eu indico seu site oficial, principalmente a Galeria de Fotos e, "ainda mais principalmente" as fotos da animada XIII FESTA DAS NAÇÕES DE POTIRENDABA, da qual eu destaco apenas uma imagem para não estragar a visita...




Ao amigo rebondeiro de Potirendaba o meu muito obrigada... sei que, justamente por ser um rebondeiro, não vai voltar... mas quero registrar mesmo assim! Aos demais, não percam a oportunidade de conhecer melhor essa cidade!

30/05/2008

Taux de rebond: 90%

Essas bandeirinhas lúdicas aí ao lado, nesse globinho simpático, dão a impressão de um cosmopolitismo e de uma importância que estão longe da realidade!

Junto com o contator de visitas, há um sistema complexo de estatísticas do blog, devo dizer, desolador...

Sabe esse cara de Cabo Verde? Saiu do blog imediatamente após entrar... isso é a triste "taux de rebond" (não sei traduzir isso). Essa merda porcaria diz que 90% dos visitantes deixam o blog imediatamente... (o mesmo para o visitante do Porto, o da California, os de Salvador, São José do Rio Preto, Porto Alegre e Campina Grande)

Se eu falar do tempo médio de permanência, fica ainda mais horrível esse quadro. Poxa, eu sabia que eu era desinteressante, mas não imaginava que fosse tanto!

Isso indica que nem mesmo a minha mãe tem dedicado algum tempo aos meus devaneios...

Tenho um visitante quase diário em Lille... grande Pedro! Se bem que ele só entra para roubar as minha idéias, mas tudo bem, esse tempo que ele leva fazendo isso é importante para elevar a média do tempo de permanência... preciso de mais idéias...


Agora, quando eu ponho um elefante com as partes aparentes... aí todo mundo quer ver... "né não", dona Van? heheheh

Bom, chega!

29/05/2008

Entrou para a história... qual?

Dentre as milhares de coisas que eu não entendo, está o jornalismo esportivo.

Eu escrevo várias bobagens aqui, exagero algumas coisas, outras não têm sentido... mas ninguém me paga para isso.

Então, quando leio isso :

"Após cobrança de falta aos 14 minutos, o zagueiro Thiago Silva, de cabeça, empatou a partida e entrou para a história. Ele marcou o primeiro gol da história do Fluminense contra equipes argentinas em jogos em Buenos Aires por torneios sul-americanos".

(Vamos contar: do, contra, em e por)

Me ponho a pensar... é praticamente um Napoleão !

Vou te contar !

27/05/2008

O cúmulo

Acabo de ler um artigo que me tirou completamente do sério. Nem consigo organizar minhas idéias... mas quero reproduzi-lo aqui para que vocês fiquem indignados junto comigo. Lá vai:

Espiritismo nos tribunais

Razão jurídica não pode ser confundida com crença

Editorial publicado no jornal O Estado de S. Paulo neste domingo (25/5).

Sob a justificativa de tornar a Justiça "mais sensível às questões humanitárias" e discutir questões morais como aborto, eutanásia, pena de morte e pesquisas de células-tronco, um grupo de delegados de polícia, advogados, promotores, procuradores e juízes acaba de criar a Associação Jurídico-Espírita de São Paulo (AJE), com cerca de 200 filiados. Entidades semelhantes já existem no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo e a maior delas é a Associação Brasileira de Magistrados Espíritas (Abrame), que reúne 700 juízes, desembargadores e até mesmo ministros de tribunais superiores.

Para essas entidades, aplicar o direito é "missão de vida" e nada impediria os juízes de embasar suas decisões em princípios religiosos. "O Estado é laico, mas as pessoas não. Não tem como dissociar e dizer: vou usar a minha fé só dentro do centro espírita", diz o promotor Tiago Essado, um dos fundadores da AJE. "Não enxergaria nenhuma diferença entre uma declaração feita por mim e uma declaração mediúnica, que foi psicografada por alguém", afirma Alexandre Azevedo, juiz-auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça. "Não acredito em acaso, mas numa ordem que rege o universo, acredito em leis universais", endossa o juiz Jaime Marins Filho. É preciso "questionar os poderes constituídos para que o direito e a Justiça sofram mais de perto a influência de espiritualizar", conclui o juiz federal Zalmino Zimmermann, presidente da Abrame.

Entre as propostas defendidas por essas entidades está a utilização de declarações e cartas psicografadas por médiuns espíritas nos tribunais como prova material ou documental inclusive em casos de homicídio. O problema é que, além de essas medidas não terem qualquer comprovação científica, elas comprometem a certeza jurídica e a própria objetividade das decisões judiciais. Acima de tudo, essas medidas colidem com o princípio do Estado laico, que enfatiza a separação entre o poder público e a religião e o prevalecimento do rigor lógico-formal do ordenamento jurídico e o caráter científico do direito positivo sobre crenças de natureza moral e pessoal, critérios sobrenaturais, valores religiosos e as chamadas "verdades reveladas".

A discussão não é nova. Além das entidades de juízes espíritas, há muito tempo existem associações de juristas católicos que foram criadas com o objetivo de "contribuir para a presença da ética católica na ciência jurídica". Um dos integrantes dessas associações, o ministro Carlos Alberto Direito, do Supremo Tribunal Federal, envolveu-se recentemente numa acirrada polêmica com colegas de Corte e com entidades médicas, ao pedir vista da Ação Direta de Inconstitucionalidade que contesta as pesquisas com células-tronco embrionárias. Com isso, apesar da tendência da Corte de rejeitar o recurso, ele sustou o julgamento no dia 4 de março, o que levou a ministra Ellen Gracie a criticá-lo publicamente. Embora o regimento do STF fixe em 30 dias o prazo para vista, até hoje Direito não devolveu os autos ao plenário.

Em vários Estados, advogados vêm apresentando aos Tribunais do Júri declarações psicografadas como estratégia de defesa. Nesse tipo de julgamento, como é sabido, os jurados não precisam fundamentar seus votos. Os juristas espíritas alegam que a psicografia pode ser levada em consideração desde que esteja em "harmonia" com as demais provas. Como não há garantia nem de autenticidade nem de cientificidade de documentos psicografados, muitos promotores pedem a sua impugnação sumária. "Escorar uma decisão com base numa prova psicografada não tem ressonância no mundo jurídico", diz Walter Nunes, presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe).

Com o objetivo de fechar brechas legais que desvirtuam julgamentos e abrem caminho para as mais absurdas decisões judiciais, a Câmara dos Deputados está discutindo um projeto que altera o Código de Processo Penal, proibindo expressamente o uso de cartas psicografadas por prova criminal. O projeto, que já foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça, não poderia ter sido apresentado em melhor hora. Além de preservar a segurança jurídica, ele é uma resposta objetiva àqueles que, sob a justificativa de "espiritualizar" o Judiciário, confundem razão jurídica com crença religiosa.

Revista Consultor Jurídico, 25 de maio de 2008



26/05/2008

Rapidinha...

A última coluna de Hélio Schwartsman, "A guerra dos manifestos", está um primor ! Melhor do que sua análise sobre a questão das cotas para negros em universidades públicas, foi a indicação de dois manifestos, a favor e contra esse sistema.

Quem me conhece sabe que eu sou absolutamente contra cotas raciais, parcialmente contra as cotas baseadas em renda e que só acredito piamente no investimento sério, "apolítico" e de longo prazo na educação pública de base.

Mas eu não teria competência para discorrer sobre esse tema, então indico, além da coluna do Schwartsman, a "Carta de Cento e Treze Cidadãos anti-racistas contra as leis raciais", documento com o qual concordei plenamente. O outro manifesto indicado é o "Manifesto em favor da Lei de Cotas e do Estatuto da Igualdade Racial", foi difícil terminar a leitura, porque abomino cada argumento empregado no texto, mas é sempre importante conhecer "o outro lado"...

Eu sei que ninguém vai ler, mas não tem problema. Há uma parte da primeira Carta que me seduziu particularmente, tratando da inexistência de "raças", com bastante amparo científio. Vou me informar melhor e quero escrever sobre isso posteriormente, acho um tema muito interessante.

Ainda tratando de educação, estou apaixonada por um pequeno livro que comprei na semana passada, numa promoção no centro de Paris... custou 1€50 e tem me alegrado a vida. Chama-se "de l'éducation antique à l'éducation chevaleresque", há um capítulo que quero traduzir inteiro aqui, sobre as características da educação romana, porque fala de um ideal muito interessante que se perdeu no tempo e que, na minha modesta opinião, faz alguma falta nos nossos dias... mas isso vai ficar para amanhã ou depois...

24/05/2008

Post esquecido 1

Semana passada eu comecei a escrever um post com a intenção de fazer uma síntese das coisas que tinha pensado durante a semana. Como eu não faço outra coisa além de pensar, o texto tomou proporções inviáveis, tanto em tamanho quanto em confusão...

Não é nada extremamente relevante e eu poderia descartar o rascunho como faço com tantos outros, mas quero publicar, para mudar um pouco esse ar rebelde e truculento que essa história de Marcha para Jesus me trouxe.

O texto começava com "Essa semana, li 3 coisinhas que me colocaram para pensar". Aqui, eu vou tratar da primeira coisinha. Quando eu conseguir organizar a confusão das outras duas coisinhas eu faço outro post...

A primeira coisinha...

Li no último número da Manières de voir, uma edição do Le Monde diplomatique, tratando das "Histórias de Israel".

Eu sempre fui muito ignorante com relação ao Oriente Médio de forma geral, todo o conflito árabe-judeu. Porque isso faz parte daqueles temas que nos levam a dizer "xiii... isso aí é um ninho de vespas, outra hora eu vou procurar entender melhor"... e como está lá longe (geograficamente), essa outra hora nunca chega e nós podemos nos ocupar das coisas mais "práticas".

Há pouco tempo - mais precisamente, depois que eu assumi minha condição humanista, que tem seu ponto de partida bem descrito no extrato filosófico raulseixístico abaixo - eu percebi que esse é um tema extremamente nobre, por nos obrigar a levar em conta 3 perspectivas de mundo totalmente diferentes.

É você olhar no espelho
Se sentir
um grandessíssimo idiota
Saber que é um humano
ridículo, limitado
Que só usa dez por cento

De sua cabeça animal...


Assim, estou tentando entender melhor essa questão, levando em conta 3 sistemas de mundo complexos e conflitantes: o meu (que teima em ser predominante, não sei o por quê ! rs), o judeu e o árabe. Tenho entendido algumas coisas. E, para melhorar a análise, participo de um grupo de discussão sionista e converso com um amigo árabe bastante instruído e que não esconde sua ojeriza pelo Estado de Israel, que para ele é uma grande aberração.

Eu não tenho que me posicionar, porque meu exercício é outro...

Mas, retomando, a primeira coisa que me colocou para pensar veio dessa nova reflexão, mas não se limita a ela, foi uma frase de um historiador britânico-israelense, Avi Shlaïm.

Vou fazer uma tradução bem livre e pessoal:

"Não está totalmente excluída a possibilidade dos israelenses tirarem, um dia, lições de seus erros e elegerem dirigentes conscientes de que a coexistência de dois Estados constitui a única solução verdadeira. As nações, como os indivíduos, são capazes de agir racionalmente - depois de esgotadas todas as outras soluções".


Me limito a dizer que me fez pensar, o que me fez pensar seria muito mais longo e desordenado, então eu vou voltando a isso em outras postagens (somente se eu tiver vontade)...

22/05/2008

Dúvida...


Por que é que Marcha para Jesus pode e Marcha da Maconha não pode ?

Entorpecente é entorpecente !

18/05/2008

Que susto !

Essa imagem estava em destaque no site do jornal Le Figaro. O tom da legenda era de "ó, que sustinho... a mocinha leva a mão à boca e o rapaz não crê em seus olhos... O casal, apaixonado por viagens, aventuras e pela fauna africana, nunca imaginaria ver um macho tão grande de tão perto..."



Depois de apreciar com cuidado, a única coisa que eu tenho a acrescentar é... e põe macho nisso !

09/05/2008

Sempre leio o blog do Daniel Piza, jornalista muito interessante, sem dúvida. Quando trata de cultura é maravilhoso, mas quando fala de futebol é uma desgraça. Ele não gosta do meu Tricolor, isso é fato. Não diz claramente, acabou de responder ao comentário de um torcedor que reparava nisso que ele não comenta futebol como torcedor, que tem um olhar profissional... não acho não...

O título de sua última postagem é "Sem convencer" (sobre a vitória "pobre" do SPFC na Libertadores) ...

O melhor comentário de um sãopaulino:

"O São Paulo anunciou nesta quinta feira que está a procura de um jogador com formação em retórica dialética persuasiva.
Juvenal Juvêncio e Marco Aurélio Cunha afirmaram que tomaram esta medida drástica porque está muito difícil convencer alguns blogueiros.
Agora todo gol deverá vir acompanhado dos respectivos argumentos."
Heheheheh... gostei...

04/05/2008

Penso...

Essa noite tive uma insônia terrível, depois de dias de bom sono e cuidado com os horários. Paciência, ser "normal" é uma construção e eu chego lá...

Três coisas tomaram meu tempo nessa madrugada insone, dois filmes e uma idéia, uma indagação, para melhor dizer.

O primeiro filme foi uma experiência estranha. Chama-se Teeth, não encontrei título em português, nem data de lançamento no Brasil. Ontem, meu marido rui, me chamou para ler uma sinopse e decidir se eu queria ou não ver o filme, eis o que li:

"Dawn (Jess Weixler) é uma estudante de colegial que está em crise com a sua sexualidade. Membro de um grupo que defende a castidade, sofre o peso do mundo - a pressão dos pais, dos amigos, dos garotos, da sociedade. Para piorar, Dawn descobre que tem uma dentição na vagina."

Olhadinha no trailer...



Nos minutos finais do filme, meu marido dizia qualquer coisa parecida com "não é a coisa mais estranha que eu já vi..." câmera baixa, moça em pé, pernas afastadas, sua vagina expulsa, ou cospe, o pênis amputado, que cai no chão para ser mastigado por um cão. Ele mudou de idéia. Conto a cena sem problemas pois sei que ninguém vai ver isso mesmo. Isso faz parte daquele grupo de coisas que só este casal aqui faz... hehehhe

Segundo filme. Antes de colocar pergunto o que era, que tipo de filme... marido meio morto de sono não se lembra, diz, acho que é uma comédia romântica boba. Eu penso que é o ideal para colocar e cair no sono. Primeira cena: a esposa dedicada arruma uma bela mesa, prepara um lindo bolo sobre o qual lê-se "feliz aniversário de casamento", sobe as escadas e, no banheiro, dá um tiro na cabeça, caindo mortinha na banheira vazia.

Não sei se deveria ter medo do meu marido por classificar isso como comédia, pior ainda, como romântico... ou se prefiro pensar que ele se enganou mesmo...

Mas, sem brincadeiras, o filme é bom. Chama-se Lonely Hearts (2006) - Os Fugitivos, no Brasil. Baseado na história real (final da década de 40), de um casal completamente xarope que aplica golpes em mulheres solitárias. Eles vão se descontrolando e passam a cometer assassinatos bastante chocantes e no final são "fritos" na cadeira elétrica. Estou contando isso porque logo na segunda sequência já sabemos que serão executados, não estou estragando. O ponto alto do filme não é saber se serão ou não pegos...

Durante uns 60 minutos, conforme a violência do casal aumentava, aumentava também a minha e eu me via ansiosa para a cena da execução, já anunciada no comecinho do filme, chegar. Tinha aqueles sentimentos limitados do raivoso, do vingativo, dos que não exercitam vários olhares. Enfim, eles morreram, e não foi bom. No final do filme eu estava envergonhada da minha brutalidade e colocando em questão esse nosso peculiar senso de justiça. (O hélio Schwartsman tratou disso na coluna dessa semana, discordei demais, mas concordo com a necessidade de investigar mais de perto esse conceito)

Por último, há a minha indagação, oriunda da notícia da proibição da marcha da maconha em alguns estados, acho que é assim que se chama esse "movimento". Não pensei exatamente na maconha, nem na necessidade (ou não) de discussão da legislação relativa a droga. Não pensei nisso porque, a princípio, não há nenhum sentido em andar por aí "pela maconha".




Mas a questão que me surgiu é se um cidadão é, de fato, livre para se manifestar e reivindicar. Se a resposta for que ele o é desde que esteja de acordo com uma série de princípios básicos da nossa sociedade, respeitando a lei e etc... a pergunta é que princípios são esses e onde eles são determinados? Um cidadão pode questionar uma lei, pacificamente, se valendo de idéias? Qual seria a diferença entre uma marcha com intuito de gerar uma discussão sobre a carga tributária ou, para continuar no quadro dos tabus, sobre a necessidade de legalização do aborto e essa que foi proibida?

Fico pensando nas liberdades, nas instituições, não consigo ver como natural esse distanciamento e essa nossa idéia de agentes disciplinadores externos a nós mesmos...

Assim não há quem durma...

26/04/2008

Não é possível...

Ou eu sou muito besta, ou o cara que escreveu essa manchete destacada na primeira página do estadao on line é um completo sem noção...


Pingüim careca ganha roupa para poder mergulhar


Vou te contar!

Fora isso, a matéria é interessante, podem ler aqui.

Hehehehe... e o "mergulhador" chama Pierre... olha a simpatia...



25/04/2008

Temos em comum...

Depois de um desabafo contra a xenofobia que me rendeu até uma infame acusação de traidora da pátria, resolvi mostrar o outro lado. Há uma piadinha muito interessante por aqui...

Dois franceses no bar:
- Todo mundo sabe que no Brasil só tem jogador de futebol e puta !
- Ah... minha esposa é brasileira...
- E... em que time ela joga?!

Bom, percebemos duas coisas: uma baita ignorância e que as piadas não são o forte dos franceses.

Depois de dar um coice pra lá e outro pra cá, resolvi buscar o que teríamos em comum. Achei um exemplo fantástico. Durante anos, sem saber, compartilhamos um artista... M. Charles Aznavour, nos intervalos de lançamento de seus discos era comediante no Brasil, adotando o pseudônimo de Didi Mocó (vocês nunca repararam que a tônica está na última sílaba nas duas palavras? Se não fosse ele, seria Dídi Móco, certamente... péssimo, eu sei)

Esses dois vídeos provam minha teoria...








Usei para fazer uma piadinha ruim, mas realmente adoro essas duas músicas. Há quem diga que é exagerada essa coisa teatral, mas eu gosto, de verdade. Gosto dos olhos fixos enquanto canta. Gosto da forma forte de pronunciar cada frase... como naquela magnífica interpretação de Teresinha...


Esse é para a minha mãe...

23/04/2008

Xenofobia não tem origem

É comum, no Brasil, ouvir discussões sobre a xenofobia européia, essa triste característica desse povo antigo, conservador, inflexível...

É recorrente também ouvir que nós, brasileiros, somos um tipo de contraponto disso tudo. Nossa formação, a mistura, matrizes africana, indígena e portuguesa e depois imigrantes de origens diversas formando esse povo flexível, aberto, que não só sabe aceitar a diferença como também incorporá-la.

Há os que vão mais além, incluindo no discurso o clima, ah... os trópicos... o calor, os corpos à mostra sem preconceito, a liberdade. Longe, bem longe do frio que torna os humores mais secos, os corpos mais escondido, as moralismos mais agudos...

Vai no meu oco... (opa! quase erótico, não vou mudar porque minhas duas leitoras não são maliciosas e não farão piada, além disso, eu não tenho nenhuma vergonha do que vai no meu oco !)
Deixo claro, que trato aqui do senso comum, não quero fazer referências a nenhuma corrente de pensamento, não quero exaltar o polêmico Gilberto Freire ou Darcy Ribeiro, muito menos os revisionistas da década de 80... isso para ficar no pensamento mais básico e referenciado. Porém reconheço o peso desses autores, entre vários outros, no processo, não menos polêmico de "formação" desse senso comum. Vou parar... esse é o meu cantinho do achismo... para não perder a linha, é o meu Tudo o que penso sobre tudo...

Voltando ao normal...
Não seria mal, de fato, se isso fosse verdade. Se nós estivéssemos realmente livres desse sentimento esdrúxulo que é a xenofobia, desse medo e raiva imediata do que ignoramos, do outro, que não é diferente, é pior. E se, ao contrário daqueles que criticamos, soubéssemos reconhecer a diversidade de um outro povo não incorrendo no que é esteriótipo barato, como fazem "eles" (pequeno termo que está menos distante do nós do que queremos ou ousamos pensar).

Há muito, escrevi que gostaria de reproduzir aqui algumas loucuras que leio nos blogs da vida, até criei o tema Ablogsurdos que nunca mais ganhou um post. Ganhará agora, porque quero dividir aqui o que motivou esse meu pensamento.

Fatos (sem fotos)

Vai no meu oco... nossa, estou com um humor extremamente imbecil hoje, mas não vou me controlar... nem tomar aquele tarja preta que me indicaram... isso é uma sequela do tempo em que era escrava de um arquivo de música brasileira e higienizava e catalogava publicações antigas sobre o tema... em alguma delas, não me lembro qual, porque o trabalho era manual, automático, ia esvaziando a mente lentamente (não sei pra que colocar um pobre universitário que quer mudar o mundo estudando História para fazer trabalho de limpeza, deve ser justamente para limpar seu cérebro, mas chega!), havia esse título, Fatos & Fotos (é fácil encontrar na internet, mas não vou parar para fazer isso e perder esse fluxo louco que se vos apresenta!).

Voltando ao normal...
Ainda com os fatos. Há um blog disfarçadamente de esquerda, tentando parecer humanista, cabe dizer, dedicado a cinema e cultura, hospedado no portal de um grande jornal (áudio: música de suspense, vai ficando mais alta e mais intensa...). A média de comentários é tão significativa quanto a minha. Mas há sempre os assuntos-chave. Em momento de desespero, nós podemos falar de aborto, religião, pena de morte e, mais recentemente, de Tropa de Elite, já que seria muito evidente que um blogueiro de cinema saísse procurando nos arquivos todos os "abortos do cinema afegão", ou coisa que o valha.

A questão: o diretor da revista francesa, Cahiers du Cinéma, fazendo um balanço do Festival de Berlim, no qual, todos mais do que sabem, o filme brasileiro foi premiado, qualificou a obra de imunda. Essa é a opinião do crítico, o filme é imundo e a premiação foi vergonhosa. Ele preferia o filme do mexicano Fernando Eimbcke. Ponto.

Resultado: rapidamente, havia mais de 150 comentários que podemos adjetivar raivosos. Tanto os que quase propunham a decapitação do francês fedido quanto os que concordavam com o crítico e quase propunham a decapitação de Padilha e dos fascistas e ignorantes que gostaram do filme. Uns 5 comentários que tentavam esclarecer que se tratava apenas de um filme e apenas de um ponto de vista de um profissional, não de um francês fedido ou não. Pobres! Eles ainda tentam...

Toda a questão é "que esse francês cretino acha O BRASIL imundo e vergonhoso ! Como esse xenófobo francês fedido, reacionário e maldito pode pensar essas coisas de um povo tão bom como o nosso? Todo mundo sabe exatamente como é a Europa, com esse seu povinho preconceituoso !"

Não houve, praticamente, argumentos sobre o filme, tecnicamente, seja lá o que for... todos criticavam os franceses, lembrando que eles não tomam banho, só prestam para fazer queijo e vinho, são bêbados... essas são algumas pérolas.

Mas, melhor, os que são "mais intelectualizados" que tinham vontade de escrever coisas piores que fedidos e bêbados, mas não podem suportar essa imagem... vou copiar alguns comentários aqui, dos alucinados assumidos e dos disfarçados também:

"Talvez "Imundo" na frança seja um elogio, ja que eles não tomam banho la e nem escovam os dentes"

"imundo quem e esse panaca pra falar isso o tropa de elite foi uns dos melhores filmes q eu ja assisti na minha vida melhores ate q esse filmes internacionais esse fdp nao e ninguem pra falar do filme....So pq ele naum consegue fazer um igual por isso...."

"O que acontece com este "renomado" senhor é o que acontece com a maioria das pessoas que perdem: Despeito."

"Crítico decadente para aparecer tem que falar mal de quem faz sucesso (...) E Viva o povo brasileiro!!!"

"a UE E EUA cadaz se fecham pra si mesmos, retratando apenas o proprio umbigo. Tempos mais negros virao..."

"Nunca vi um filme francês bom, será que existe algum? Bom, se tiver chovendo de insônia, indico os filmes franceses...Agora , em tropa de Elite não me deu sono, por que será heim? Ah e banho de vez em quando é bom , viu, diretor francês."

"E Axterix, induzindo ao uso da droga, não é imundo? Mas cuidado, ao retrucar, eles costumam cabeçear os que contrariam..."

"Imunda é uma Europa cada vez mais fascista e preconceituosa, que descobre, surpresa e incomodada, que há vida inteligente abaixo do Equador. Semearam miséria e exploração por todo lado durante séculos, e hoje se acham no direito de ditar regras. Em arte, inclusive.
O Cahier du Cinéma é hoje totalmente irrelavante, e o Sr. Frodon ainda não se deu conta disso.
Pior pra ele!"

"São os "novos ventos" que sopram na Europa . Primeiro foi a Espanha barrando brasileiros, agora foi a França criticando um filme brasileiro. Ou vice-versa. O fato é que a França já foi um país respeitável."

"Imundo......acho que mais imundo foram os nazistas dando ordem dentro de Paris....será que não aprenderam nada sobre preconseito.....afinal eram considerados raça inferior de 3°, agora porque são Europeus acham que são melhores............A história ainda não acabou...."

"Se viesse esse comentário de alguém da África até aceitaria,mas da europa, faça-me o favor, eles são tão ou mais "imundos" do que nós, a indústria do trafico e pedofilia é sustentada pelo 1º mundo.Por acaso eles acham que só aqui é que tem corrupção,violência e prostituição?."

Olha que coisa... primeiro dizem que eles não tomam banho, depois que o crítico está com despeito, que ele é mau perdedor, eu só não consigo entender o que foi que ele perdeu... Continuamos com alguém que diz que foi a própria França que criticou o filme ! Depois da Espanha expulsar brasileiros, agora essa França faz isso, inaceitável... Há inclusive dois profetas, o dos tempos negros que virão e o outro que, contrariando Fukuyama, diz que a história não acabou (uuuaaaaa... em tom ameaçador...). Pode-se também desqualificar completamente o cinema francês... só presta para as crises de insônia...

Em suma, é loucura demais para mim.

É mais ou menos a mesma mentalidade que faz um bestalóide ter que afirmar que Camus é ruim para Machado "poder ser" bom (sendo que não há a mínima necessidade, visto que Machado é enorme !)... ou que determinou que a seleção de futebol tem que vencer 100% das partidas que disputa, e mais um milhão de insanidades parecidas... Cansei, enfim.