Já em casa, com a bagunça natural das viagens eliminada, retomei meus hábitos, mesmo os irritantes, como ficar lendo jornais e reclamando de tudo que leio.
Dessa vez, o que me tirou do sério foi uma matéria do estadao.com.br sobre os "Tops Mirins" essas pobres criancinhas exploradas por mães frustradas e megalomaníacas, agências inescrupulosas e um mercado de moda infantil (olha que coisa assustadora esse termo) em grande crescimento. Esses mini adultos que chegam a ganhar 15 mil por mês.
Fiquei pensando em não ser tão crítica, fiz algumas contas tentando me convencer de que talvez seja besteira minha e esse seja um belo investimento. O problema que não consegui encontrar alguns dados. Fui colocando na minha planilha mágica dados do tipo: salário mensal 15.000 - no final do período (período aqui é a infância, mas antes de começar a perder dente, ficar meio torto, com o nariz desproporcional e perder a graça, coisa que acontece inevitavelmente, ainda que isso machuque o coração e o bolso da mamãe amantíssima), digamos entre os 0 e 6 anos, acumulamos 90.000. Não é pouca coisa, não. No que pensei: com esse dinheirão todo, quando acabar essa rotina maravilhosa de passar frio e fome em gravações intermináveis, talvez a mamãe possa comprar uma infância para seu anão. Mas não estou achando aqui no Google o preço desse produto, parece que não há infâncias disponíveis no momento, talvez esteja esgotado. Vou dar uma olhadinha no ebay, quem sabe uma de segunda mão, só para fechar os números da minha planilha...
Para quem quiser ler essa maravilha de matéria (do dia 21/09... comecei a escrever esse post nessa data... olha o tamanho da preguiça), está aqui. Se não tiverem vontade, eu destaco só essa parte curiosa...
"Nunca se sabe quanto tempo vai levar a gravação de um comercial", diz Lilian. A mãe de Felipe, Rosângela, saiu furiosa de um teste que durou nove horas e a organização ofereceu só um pão com mortadela para o filho. Ela foi reclamar no conselho tutelar. "Tive um choque e comecei a repensar essa história de top mirim. Lá, ouvi o que nunca pensei ouvir. Disseram que eu, e não a empresa, poderia ser processada por maus-tratos."
Olha essa mulher! Chega.
Um comentário:
Ô Paula, coitada dessa mãe, você ainda queria que a pobre tirasse de seu próprio bolso o dinheiro para um almoço ou um lanche reforçado para seu filho?????
A pobre senhora ficaria com apenas 14.990,00 no final do mês. Não se pode ser tão má assim. Você não vê a dor dessa mãe, que até apela para o conselho tutelar????
Bjs
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