Tudo que achei na internet sobre ele, em português, foi um pequeno "Marcel Pagnol (28 de fevereiro de 1895, em Aubagne, França - 18 de abril de 1974, em Paris, França) foi um escritor, dramaturgo e cineasta francês".
Seguido de algumas citações, sempre irritantes, que fazem todo grande escritor parecer um palestrante pilantra da área de auto-ajuda, que fala "seje" e "teje".
Não sei se foi traduzido, estou procurando e espero mesmo encontrar, para poder indicar para todo mundo que eu conheço. Nesses tempo de loucura é bom ter contato com a delicadeza. Foi bom para mim.
Ontem (19/02), vi uma adaptação do seu Le Château de ma mère, que faz parte dos seus Souvenirs d'enfance. Já tinha visto La Gloire de mon père. Lerei as duas obras e depois outras duas que "fecham" suas memórias...
Estou encantada e não vejo a hora de começar essa leitura. O filme foi bem fiel e narrado em off, o que deu uma amostra deliciosa da força narrativa. Me emocionei muito. Gostaria que minha mãe pudesse ler isso. Talvez traduza para ela, de um jeito bem amador e em um ano... não sei se ela merece uma "tradução paulanista", mas vou pensar no caso.
As boas histórias de família são impagáveis. A família, as amizades e os pequenos amores da infância idealizados têm a força de falar de todos nós... é universal, atemporal... é doce demais.
Me lembrou Drummond, tão grande...
InfânciaMeu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
Lia histórias de Robison Crusoé,
Comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu a
Ninar nos longes da senzala_ e nunca se esqueceu chamava para o café.
...
Minha mãe ficava sentada cosendo
Olhando para mim:
_Psiu...Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro...que fundo!
Lá longe meu pai campeava
No mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
Era mais bonita que a de Robison Crusoé.